Nos dias 5
a 8 de março realizou-se na Universidade de Heidelberg, em conjunto com o
Instituto Alemão para a Criança e Adolescente, uma Conferência Internacional
sobre a cobrança de alimentos no plano internacional, com ênfase no trabalho
realizado pela Conferência da Haia. O Secretario Geral da Conferência da Haia,
Mr. Hans Van Loon, na sua palestra inaugural enalteceu a iniciativa do
Instituto e aproveitou para destacar a importância do tema para discussões de caráter
global e regional.
Isso porque
há um contingente invisível de crianças que estão em situação de necessidade no
plano internacional pela ausência dos pagamentos de alimentos, o que é agravado
pelas dificuldades inerentes aos aspectos internacionais do processo. Para
melhorar essa situação, a Convenção da Haia de 2007 representa um avanço nos
meios de cooperação jurídica internacional, e estabelece um papel de relevo
para agências e autoridades centrais responsáveis pelo novo sistema. Como bem
assinala Mr. Van Loon, a questão diz respeito a direitos humanos e a liberdade,
especialmente porque há crianças envolvidas na situação. A manutenção da situação
de ausência dos alimentos representa um ônus para os Estados, que acabam
pagando a conta quando os devedores não são encontrados ou não pagam por
qualquer motivo.
Depois de
assinalar as diversas etapas anteriores do desenvolvimento da regulação internacional
na matéria de alimentos, sublinhou o ambicioso propósito da nova convenção: estabelecer
procedimentos que sejam acessíveis, de baixo custo, rápidos e justos para que
os direitos de todas as crianças nessa situação sejam atendidos.
No curso
dos quatro dias da Conferência, inúmeros palestrantes analisaram a situação do
ponto de vista global e regional. O Relatório sobre a situação da America
Latina foi apresentado pela Prof. Nadia de Araujo, da PUC-Rio. A Professora
destacou os documentos regionais, e a fragmentação da regulamentação na Região,
pois há países que utilizam a Convenção Interamericana de cobrança de
alimentos, países que utilizam a Convenção de Nova Iorque e aqueles que
utilizam ambos os diplomas legais. A região se beneficiaria muito da adoção no
plano global e regional da Convenção da Haia de 2007.
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